Líder mundial da Igreja Anglicana está contra Israel
Arcebispo Justin Welby ignora relatos históricos e ecoa Mahmoud Abbas
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O líder mundial da Igreja Episcopal Anglicana está pedindo o reconhecimento da independência de um Estado da Palestina. Ele cobrou publicamente os governantes da Inglaterra que cumpram o que ele considera uma “promessa” feita 100 anos atrás, na Declaração de Balfour.
Justin Welby, o arcebispo de Canterbury, autoridade máxima da denominação que tem cerca de 80 milhões de membros em todo o mundo, afirmou que a falta de apoio a um Estado palestino independente “continua a ser a principal causa do conflito entre israelenses e palestinos até hoje”.
Na carta redigida em 1917 pelo então secretário britânico dos Assuntos Estrangeiros, Arthur James Balfour prometia que o governo da Inglaterra ofereceria na Palestina “uma casa para o povo judeu” e, ao mesmo tempo que nada “seria feito que possa prejudicar os direitos civis e religiosos da comunidades não-judaicas na Palestina”.
Embora Welby reconheça que a comunidade judaica “continua a ser vítima de preconceitos, hostilidades e violência em todo o mundo” e prometa “trabalhar para combater o antissemitismo e orar pela paz e segurança para Israel”, o líder anglicano defendeu a independência da Palestina.
“As comunidades palestinas não receberam o mesmo tipo de apoio em seu próprio desejo de independência e autodeterminação”, afirmou ele em artigo publicado no jornal Telegraph
O arcebispo pediu que todos os cristãos orassem e “clamassem a Deus, lamentando o sofrimento dos outros e se arrependendo de nossa própria cumplicidade, culpa e negligência nessa situação”. Welby insiste que a existência de dois estados independentes na Terra Santa serviria para “que possam prosperar judeus, cristãos e muçulmanos que lá vivem”, gerando “segurança e paz” na região.
A surpreendente declaração do líder anglicano foi divulgada apenas um dia após o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas exigir que o governo da Inglaterra “pague pelo erro de 1917”, fazendo pesadas críticas à Declaração de Balfour.
Chama atenção ainda o fato de Welby nunca ter se posicionado publicamente contra os ataques terroristas de palestinos cometidos em Israel nem contra a perseguição sofrida pelos cristãos nos territórios controlados pela Autoridade Palestina.
A lógica do arcebispo falha também ao ignorar que, por ocasião da Declaração de Balfour não existia a ideia de um “povo palestino”, pois toda a região era dominada pelo Império Turco Otomano e a divisão existente era, conforme o próprio documento aponta, meramente religiosa. Balfour fala apenas de “comunidades não-judaicas”, referindo-se aos islâmicos que eram maioria naquele território.
Os árabes que lutavam contra os otomanos e receberam apoio dos ingleses viriam a formar um protetorado em 1922, que deu origem à moderna Jordânia. Inclusive, a própria bandeira usada pelos palestinos atualmente é uma adaptação da usada pelos soldados da “Revolta Árabe”, que durou de 1916 a 1918, estando em pleno andamento nos dias de Balfour.
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