O Lado Escuro das Lâmpadas Fluocompactas (LFCs) |
Com início no ano de 2012, as normais lâmpadas incandescentes, aquelas que foram inventadas por Thomas Edison há mais de 100 anos, serão banidas no Canadá [idem na União Europeia – ed.] na procura da diminuição das emissões de gases de estufa (GEE). No entanto, e ao contrário do pensamento popular, mudar das lâmpadas normais para LFCs poderá aumentar o consumo global de energia em vez de o reduzir. Se apenas isto não abalar a confiança do consumidor, talvez o facto de que as LFCs contêm mercúrio e também emitem radiação electromagnética pode despertar as pessoas para a verdade sobre as LFCs.
Por outro lado, visto que os produtores de LFCs estão a receber um monopólio no mercado da iluminação, dado por alguns governos federais, e estão a ser promovidos pelos grupos ambientalistas corporativistas, as vendas não irão abrandar nos próximos tempos.
Dá a entender que os protectores do ambiente “deixaram o barco”. Health Canada simplesmente não está a fazer o seu trabalho ao ignorar o impacto devastador de ter milhões de LFCs no nosso ambiente. Porque é que eles estão quietos e permitem que o governo canadiano force os seus cidadãos a usá-las?
Para tornar o caso ainda pior, grupos como a Fundação Suzuki e a Greenpeace, em quem os canadianos têm confiado para os defender de poluentes ambientais, optaram por ignorar os potenciais riscos para o ambiente e para a saúde que se vislumbram e promovem cegamente o uso das LFCs.
Porque é que os ambientalistas e o governo se juntaram numa aliança com a indústria da electricidade para promoverem um produto incontestavelmente perigoso? De que lado é que eles estão afinal?
Os funcionários da Canadian Health and Safety [Saúde e Segurança do Canadá] parecem estar a dormir em serviço, indiferentes aos perigos, e os ambientalistas parecem ter-se vendido, enquanto que os produtores e comerciantes das LFCs vão depositar o seu dinheiro no banco, rindo-se no caminho. Com impunidade, “los tres amigos”, os fabricantes, os ambientalistas partidários das multinacionais e o governo, estão a deixar aos consumidores, induzidos em erro, a tarefa de lidar com a sequela de uma potencial catástrofe ambiental.
Entretanto o governo da Nova Zelândia, alegando preocupações com a falta de eficiência e segurança das LFCs, levantou a interdição sobre as lâmpadas incandescentes. Esperemos que outros governos vejam a sabedoria desta decisão a resolvam copiar.
O corporatismo é a ideologia dominante nas democracias ocidentais actuais. “Enquanto que a sociedade corporatista mantém um verniz de democracia aberta e de liberdade de crítica, ela suprime a oposição aos interesses das mega-empresas dominantes através da propaganda e da retórica para obscurecer os factos e desencorajar a comunicação entre os cidadãos. O corporatismo cria conformistas se que comportam como dentes na roda dentada das hierarquias organizacionais, e não cidadãos responsáveis”, explica a Publishers Weekly, ao fazer a apreciação ao livro “Os Bastardos de Voltaire” por John Ralston Saul. Estes são apenas alguns dos atributos da ideologia que tem o domínio completo da nossa sociedade e, aparentemente, também, dos nossos principais grupos ambientalistas.
O ambiente é importante demais para ser deixado apenas na mão dos ambientalistas.
Ambientalistas com tendências corporatistas podem causar danos pesados quando não devidamente inspeccionados e responsabilizados pelo público. Tiveram um papel muito importante na manutenção dos consumidores na ignorância quanto aos perigos colocados pelas LFCs. A Fundação Suzuki e a Greenpeace alegam que as LFCs são boas para o ambiente e ninguém ousa contradizê-los.
O processo de desinformação inicia-se quando a sensibilização pública para uma produto nocivo, tal como uma LFC, é restringida pelos grupos ambientais. Com o tempo, e na ausência de qualquer criticismo real ao produto, é criada uma consciência consensual na mente do público de que o produto é seguro. Finalmente, no que constitui um dos truques mais antigos na lista, as corporações usam estes grupos como testemunhos de terceiras pessoas de modo a criar uma imagem favorável de um produto potencialmente perigoso. Lembra-se nos anos sessenta dos médicos nos anúncios televisivos a fumar cigarros da Camel?
A evidência que demonstra serem as LFCs perigosas para os seres humanos é inquestionável. A questão que se coloca é: Porque é que os grupos ambientalistas estão dispostos a por em risco a sua reputação assim como ambiente, ao promoverem um produto tóxico?
As LFCs são produtos perigosos e não poupam energia
Saber que as LFCs aumentam a pegada de carbono do consumidor numa análise “do berço ao caixão” pode ser uma surpresa para muita gente. Os custos completos para manufacturar, operar e eliminar em segurança os LFCs nunca foram revelados ao público. A realidade é que a iluminação residencial constitui apenas 0,8 % do consumo de energia do Canadá.
LFCs são elefantes energéticos para produzir, operar e eliminar. Reduzir a pegada de carbono do consumidor é a raison d’être das LFCs. Mas antes de decidir mudar para lâmpadas fluocompactas seria sensato primeiro examinar uma análise “de berço ao caixão” da pegada de carbono de uma LFC, comparada com uma lâmpada incandescente.
Qual é o verdadeiro custo energético de uma LFC? Qual é o custo ambiental para extrair, manufacturar, empacotar, exportar, vender, utilizar e descartar as LFCs? Estas questões são ignoradas pelos promotores de LFCs.
Um estudo da Associação Internacional para a Iluminação Energeticamente Eficiente (IAEEL) conduzido na Dinamarca, analisou alguns factores da “pegada de carbono”, mas não todos, demonstrando que foram necessários 1,8 Kwh de electricidade para montar uma LFC comparado com 0,11 Kwh para montar uma lâmpada incandescente. Isso significa que foi preciso 16 vez mais energia para produzir uma LFC. O estudo não incluiu o facto de que uma LFC é muito mais pesada e mais perigosa de manusear, e, por isso, será mais custosa para empacotar, exportar e vender.
Esta pesquisa também não calculou a energia necessária para descartar as LFCs em segurança e recuperar o mercúrio. O custo para remover o mercúrio dos aterros também não foi considerado. Além disso, o custo potencial em vidas destruídas, doenças e perda de produtividade humana devido à exposição ao mercúrio e à radiação electromagnética não foi considerado.
Se um estudo destes pudesse ser levado a cabo, e considerando todos os factores contributivos negativos, esse estudo demonstraria que uma LFC tem uma pegada de carbono maciça, de tal modo que faria eclipsar uma lâmpada incandescente normal e também demonstraria que as LFCs deixam atrás de si um rasto de destruição ambiental.
As LFC não poupam energia
Factor de potência
O factor de potência de uma lâmpada incandescente é de 1. A maioria das LFCs vendidas no Canadá têm um factor de potência de 0,55. Isto quer dizer que existem 45% mais perdas de energia ao utilizarmos as LFCs se compararmos com uma lâmpada incandescente. Isto não aparece na factura da electricidade mas a companhia energética teve de fornecer cerca de 45% mais energia do que a classificação da lâmpada. Espantosamente as LFCs podem consumir quase o dobro da energia para funcionarem do que o que é mencionado no rótulo e mesmo assim serem consideradas um produto de excelência energética, algo que poucos consumidores têm conhecimento. Os promotores raramente informam os consumidores de que o factor de potência não é incluído nos seus cálculos de consumo de energia.
Perda de calor
As lâmpadas economizadoras aumentam os gases estufa. Porque funcionam libertando menos calor, elas causam a subida dos custos domésticos de aquecimento. “Os regulamentos quanto à iluminação (banindo as lâmpadas incandescentes) irão aumentar as emissões de GEE [gases do efeito estufa] no território de serviço da Hydro, em 45.000 toneladas, devido a efeitos cruzados [cross effects] com a mudança para lâmpadas frias”, explicou uma porta-voz da BC Hydro num artigo no Vancouver Sun em 2009.
O “efeito cruzado” mencionado consiste na perda de calor das lâmpadas incandescentes mais quentes que irá acontecer quando mudarmos para LFCs que são mais frias. Quando uma lâmpada normal de 60 watts é substituída por um LFC de 15 watts, 45 watts de calor no interior da casa são perdidos. Se isso se repetir 20 vezes, 900 watts de calor perdido terão de ser agora fornecidos a partir de uma outra fonte.
Para compensar a perda de calor os consumidores têm que ligar o aquecimento eléctrico, ou pior que isso, ligar o seu esquentador a óleo ou a gás o que fará com que eles consumam ainda mais energia e criem mais gases de estufa do que antes de fazerem a mudança. No verão, devido ao maior tempo diário de luz natural, tanto a iluminação como o aquecimento são muito menos usados. No inverno o consumo energético subirá ao acenderem-se as luzes, mas é necessário calor de substituição adicional para compensar a diminuição de calor emitida pelas LFCs.
Considerando o baixo factor de potência assim como as perdas no aquecimento, pode-se concluir que usar LFCs não irá reduzir a pegada ambiental dos consumidores quando compararmos com a utilização de uma lâmpada normal. Além disso, em vez de poupar energia existe bastante evidência demonstrando que usar LFCs irá aumentar a pegada de carbono do consumidor.
LFCs são “energéticamente idiotas”
A iluminação é uma fracção do consumo total de energia e tem um potencial limitado para poupança de energia. Contudo, os norte-americanos deveriam poupar onde quer que seja possível. Ao mesmo tempo, as pessoas não se deviam esquecer que mudar de lâmpadas incandescentes para LFCs coloca um conjunto de impactos ambientais e de saúde negativos por contrapartida de uma poupança de energia muito pequena ou inexistente.
Um cilindro eléctrico de água quente consome cinco vezes mais electricidade do que a iluminação residencial.
Para colocar o consumo de energia para iluminação em perspectiva, a Tabela de Sustentabilidade do Sector colocada no site de internet do Governo do Canadá refere que “as residências consomem 16% de toda a energia utilizada no Canadá, com a iluminação utilizando 5% desse valor. A iluminação residencial representa, portanto, 0,8 % do consumo total de energia no Canadá. Isto significa que os canadianos estão a gastar milhões de dólares em LFCs num esforço infrutífero para reduzir uma fracção do seu consumo de energia.”
Seria muito mais ‘energéticamete inteligente’ focalizar no aquecimento de água residencial do que nas lâmpadas. Um cilindro de água quente consome cinco vezes mais electricidade do que a iluminação residencial. Se o aquecimento de água se tornasse 10% mais eficiente, utilizando tecnologia barata já existente, os canadianos iriam poupar mais energia do que as previsões de poupança mais loucamente optimistas feitas pelos promotores das LFCs. Seria mais barato, mais simples e não teria efeitos ambientais prejudiciais.
LFCs são poluentes de mercúrio
Mais de 98% das LFCs acabam em aterros cada ano. Isto é 675 milhões para o ano 2007 de acordo com a National Geographic Society. Cada LFC contém cerca de 5 miligramas de mercúrio elementar assim como outros gases venenosos. Quando o mercúrio entra nas fontes de água, os processos biológicos fazem com que ele mude a sua forma química para o metilmercúrio que é a forma orgânica, mais tóxica, encontrada nos peixes.
O metilmercúrio bio-acumula-se através da cadeia alimentar e, uma vez no organismo, pode afectar os fetos em desenvolvimento, crianças e os sistemas nervosos dos adultos.
O metilmercúrio não permanece nos aterros pois é facilmente transportado pelo lençol de águas subterrâneas. Lançar LFCs em aterros irá contaminar o solo, o lençol freático e, eventualmente, o ar.
Nos Estados Unidos nascem anualmente mais de 60.000 bebés com deficiências de neurodesenvolvimento causadas por exposição a compostos com metilmercúrio no ventre materno, segundo novos cálculos efectuados por um painel de peritos convocado pelo “Ano 2000” da Academia Nacional de Ciências.
Tenha cuidado com uma LFC partida, pois cada lâmpada partida deve ser considerada como um derramamento tóxico é necessário ter cuidado ao limpá-lo. A produção de LFCs também expõe os trabalhadores a níveis tóxicos de mercúrio. Os LFCs são manufacturados principalmente na China sem, virtualmente, nenhuma regulamentação ambiental ou de protecção se saúde e de segurança. Irónicamente, a maior parte da electricidade utilizada para produzir as LFCs é proveniente de geradores a carvão. Á medida que as LFCs aumentarem de popularidade, a exposição ao mercúrio por parte dos trabalhadores, electricistas, pessoal de manutenção, consumidores, do abastecimento de água e do ambiente vivo irá em frente quase totalmente sem controle.
Quantos recursos e poluentes são necessários para fazer uma lâmpada?
“A realidade é que, até mesmo os produtos eficientes a nível de energia nem sempre vêm de uma origem eficiente. Considere, por um instante, o que é necessário para produzir, dar energia e transportar produtos à volta do mundo como... lâmpadas economizadoras. Até que sejam produzidas de uma forma neutral em termos de carbono, transportadas em veículos de baixa emissão e alimentados em nossas casas por energia mais limpa – os produtos verdes nunca serão tão verdes quanto podem ser”, explicava o World Wild Life Fund na revista MacLean.
Muitos ambientalistas ignoram estes factos e, em vez disso, alegam que as LFCs colocam menos mercúrio no ambiente do que seria criado através de chaminés industriais para gerarem a electricidade adicional necessária para as lâmpadas normais. Isto não é verdade. Nem toda a electricidade é gerada por estações a carvão. Mesmo que fosse, este seria um ponto irrelevante dado que as estações a carvão poderiam operar emitindo menos 80% do mercúrio. De qualquer forma, não se aplica à Colômbia Britânica [Canadá] onde 90% da energia eléctrica provém de barragens hidroeléctricas, de acordo com a BC Hydro. No Canadá, 58% da energia eléctrica é de origem hídrica e 19% de carvão, de acordo com Industry Canada.
LFCs são poluentes eléctricos
Os LFCs emitem radiações electromagnéticas, um tipo de energia que pode tornar as pessoas muitos doentes. Muitas pessoas relataram erupções e irritações na pele devido à radiação ultra-violeta (UV). A radiação de rádio frequência é ainda uma maior preocupação. Os efeitos da exposição a radiação de rádio frequência, assim como a picos e transientes de alta tensão, são um causador conhecido de doença, são virtualmente ignorados tanto por grupos ambientais como por consultores de edifícios verdes.
Tem havido um surto de problemas de saúde associados à radiação electromagnética, como a que é emitida pelas LFCs.
Na Suécia, de acordo com as sondagens, até 290.000 pessoas, ou mais de 3% da população, relataram sofrer de sintomas de hiper-sensitividade eléctrica quando expostos a radiação electromagnética. Os sintomas vão de rigidez nas articulações, fadiga crónica, dores de cabeça, tinitus, problemas respiratórios, gástricos, da pele, do sono e da memória, tendências depressivas, até à doença de Alzheimer e todos os tipos de cancro.
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